O antecessor de Yeda foi o governador Germano
Rigotto, que à bem da verdade, passou seus quatro anos de mandato tentando
corrigir o déficit público gerado pelo trágico governo de Olívio Dutra que, com
sua inabilidade administrativa e os ranços ideológicos que mergulharam o estado
em um redemoinho econômico, de descrédito e instabilidade permanente, além do
claro apoio às invasões de terra e atos de anarquia política que só não foram
maiores, graças à sensata atitude da população que elegeu Olívio, mas não
apoiou o então governador em seus
extremismos de esquerda.
Diante deste cenário de pré-convulsão econômica, já
eleita, Yeda buscou apoio prévio com o governador que deixava o Piratini,
buscando medidas para equilibrar as finanças do estado, mas que seriam medidas
antipáticas ao meio empresarial, mas que seriam necessárias à recomposição do
caos que Rigotto não conseguiu superar, também porque a feroz oposição do
partidarismo rancoroso impedia qualquer movimento no sentido de saneamento ou
minimização dos graves problemas de toda a ordem, partindo da premissa da
condição financeira do RS.
Para composição do governo de Yeda Crusius, o
primeiro passo foi buscar um nome cuja referencia era vir do meio empresarial.
Um profissional e conhecedor do mercado, das ligações com o segmento comercial
e industrial. Alguém que falasse o idioma dos empresários, que geram empregos,
produz receitas e fortalecem a economia. Uma decisão sábia, porém fatal.
A crucificação de Yeda Crusius, sem trocadilhos,
começou justamente antes de se tornar governadora e pela escolha de seu
Vice-governador, aquele nome vindo do meio empresarial, pois as medidas
emergenciais que teriam que ser tomadas para buscar resgatar o estado de uma
iminente falência, atingiria diretamente a rentabilidade das empresas, com
ações que impactariam no ganho imediato, sem que houvesse um suporte ao plano,
cuja visão seria de ganhos a médio e longo prazo, como em uma espécie de
parcelamento da falência, das perdas e prejuízo globais do estado, que já não
tinha mais recursos para cumprir seus compromissos básicos.
A ruptura da aliança política se deu antes mesmo da
posse, assim, a Governadora deu início a um mandato em permanente estado de
tensão e conflitos. Uma quase interminável batalha cotidiana, onde dia sim e outro
também, surgiam denuncias e acusações cujos fundamentos sempre foram duvidosos
e nunca trazidos à luz do esclarecimento. Ora, se o próprio Vice-governador era
o primeiro a sustentar e cuidar de dar vazão a notícias de supostas
irregularidades no governo do qual fazia parte e tornava-se adversário interno,
porque não se desligava do cargo? Nunca se ouviu quaisquer comentários de que
Paulo Feijó, o vice, já que havia denuncias de improbidades, seria “cúmplice”,
pois era integrante do governo.
O fato é que, graças aos atos destemperados do
vice-governador Paulo Feijó, Yeda se viu totalmente isolada e praticamente sem
apoio político para buscar as soluções que urgiam e eram tão ansiadas pela
sociedade.
Daí o prato estava na mesa posta com todos os
talheres, servido por quem deveria ser o último a puxar a toalha. Mas deixando
um banquete à oposição ferrenha e rançosa, que deitou e rolou, em gargalhadas.
Fazendo da propaganda enganosa, tão bem usada como uma de suas especialidades.
Uma arma poderosa que fez quase todos acreditarem na improbidade da
governadora, cuja única grande falha foi de não ter sido uma mera operadora da
policagem, talvez politiquice. Quem sabe, politiquismo falado em bom
politiquês.
O crime de YEDA CRUSIUS foi ser a economista que
buscava alternativas, dentro do mais amplo conhecimento em economia, por sua
grande fundamentação acadêmica. O crime também foi de tentar ser uma
administradora profissional, onde só prevalece e reina o submundo dos
profissionais da política, cuja metodologia é consagrada no “Toma lá, Dá cá”.