quarta-feira, 31 de julho de 2013

UM RETOQUE NA NOTÍCIA

Muitas pessoas acompanharam a notícia exibida primeiramente pela RBS TV, depois pela BAND RS, e comentários em outros veículos. Bem, a matéria foi resultado de um trabalho que durou aproximadamente um mês. Acabou se transformando em reportagem e, então foi veiculada.
Tenho acompanhado comentários dos mais variados. "Armação", "Briguinha de meninos", "rixa pes
soal do Carlos Henrique Casartelli com o Presidente da Câmara", e por aí vai. Inclusive enfatizando que o secretário da saúde de Porto Alegre teria feito 'denúncia' do médico-vereador. ERRO DE FOCO.
Para esclarecer algumas pessoas menos avisadas, ou que não entenderam a notícia, quem apresentou denúncia oficialmente contra o funcionário público da prefeitura de Porto Alegre foi o CONSELHO MUNICIPAL DA SAÚDE, por meio de sua presidente, após ouvidos os conselheiros. Coube ao Conselho informar ao secretário, pois se trata de episódio que envolve um 'funcionário' da secretaria - Dr. Thiago Duarte é subordinado ao secretario, portanto deve-lhe explicações - por razões que permitem muitas especulações, algumas são claramente verbalizadas por testemunhas que concederam entrevistas à mim. Mas fazem parte das provas entregues ao Ministério Público, Cremers e Polícia Federal.
Outro ponto importante, é o de partida.
Entenda o caso:
Uma senhora, moradora do bairro Lami, levou queixas à uma as coordenadoras do Conselho Municipal da Saúde. Especificamente aquela que coordena a distrital denominada extremo sul. Esta senhora foi chamada a apresentar os fatos ao Conselho. Recebi informações sobre esta denúncia e pedi autorização para entrevista-la. Ela me concedeu entrevista e disse ter provas documentais e testemunhas, assim como poderia indicar os locais usados como consultórios clandestinos que atendiam a agenda paralela à oficial do SUS, e que era administrada por uma 'secretária' extraoficial do médico. Mantive o ceticismo e as dúvidas, informando que apenas sua declaração não eram suficientes. Assim, esta senhora ligou para a tal secretária e, em viva-voz de seu celular marcou uma consulta fictícia, que foi gravada. Depois disso estivemos por diversas vezes no bairro, onde encontramos algumas pessoas que concordaram em gravar entrevistas, mas o mais impactante foi com a testemunha que disse ter acesso aos documentos de um dos consultórios clandestinos. Neste local foram encontrados diversos documentos originais - Livro de agendamentos com a inscrição "11.121" (nº do então candidato), "Consultas mês Outubro" (outubro 2012, mês das eleições) e diversos talões e blocos de receitas, encaminhamentos para exames e outros de mesma finalidade, todos com timbre da Prefeitura e da Secretaria da Saúde. A pessoa que nos apresentou estes documentos nos autorizou a recolhê-los, assim como a SMS. Todo o material reunido, com áudios e documentos copiados com autenticação em cartório, compuseram a denuncia feita pela moradora, que alegou privilégios constantes e de longa data, na burla ao agendamento oficial do SUS, bem como atendimento médico irregular e em locais que serviam para cuidados de crianças (pelo menos duas creches), além da área de lazer da residência (churrasqueira em área fechada).
A DENÚNCIA FOI FEITA À PARTIR DE UMA MORADORA, PELO CONSELHO MUNICIPAL DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE, que cumpriu seu papel junto à sociedade que ela representa. Apontar o Secretario da saúde como denunciante, tendo em vista conhecidas divergências entre o presidente da câmara com este, é no mínimo, tentar desqualificar a importância da notícia, assim como, e principalmente, diminuir o trabalho sério e dedicado do CONSELHO MUNICIPAL DA SAÚDE, sua direção e conselheiros que, antes de servirem de alvos de ameaças e críticas, deveriam ser aplaudidos.

O MEU LADO FEMININO

O meu lado feminino é muito afetado por certos comportamentos. Não gosta de usar maquiagens, calça sapatos número 35. Dá preferência às sapatilhas baixas, sandálias e tênis confortáveis. Queixa-se eventualmente de algumas dores na coluna, mas não deixa de fazer as coisas necessárias por conta disso. Aliás, muito pouco se queixa.
Meu lado feminino é versátil. Pr
efere uma boa liquidação e as lojas que não levam em conta as marcas, mas os preços. Meu lado feminino é um tanto esquisito, enquanto feminino, não gosta de shoppings centers, mas adora um supermercado. É quase uma excursão ir ao supermercado.
Há momentos que entro em conflito com meu lado feminino por motivos corriqueiros. Exemplo disso é escolher o que teremos no jantar. Meu lado masculino quer lasanha, carne assada. Meu lado feminino quer preparar algo mais trivial, menos trabalhoso. Assim, como meu lado masculino tenta ser gentil, acaba por ceder. Então comemos uma torrada com suco. Mesmo que meu lado masculino preferisse uma cervejinha ou um vinho.
Meu lado masculino gosta de acordar cedo, mas meu lado feminino sente-se mais confortável e adora dormir até mais tarde quando é fim de semana, mas não dispensa um passeio, que inclui uma passada no brique da redenção. Ou seja, nada sofisticado. Minha porção masculina é sisuda e séria, difícil de arrancar uma risada aberta. Já meu lado feminino adora uma boa risada, ouvir músicas e rever fotos. Minha versão masculina é apreciador de captar imagens, fotografia é uma paixão e um prazer. Já minha versão feminina, passa horas revendo as fotos que meu lado masculino tirou; aquelas que minha porção mulher clicou e, aquelas que arquivou.
Tenho essa dualidade bem visível. Não faço nada para disfarçar ou esconder minhas parcelas Masculina e Feminina. Até porque é muito bom, tem sido muito importante para mim e melhorado muito, todos os dias a pessoa que fui, mas que agora é um tanto melhor, apesar de muito ainda ter que ser feito pela minha porção feminina, para que meu lado masculino cresça e, com algum esforço atinja a maturidade de Homem.
Aprecio muito esta minha porção mulher, que me faz mais gentil e menos ansioso, menos agressivo e mais compassivo. Meu lado e porção feminina tem nome: Elisabete, nome de rainha.

DAS COISAS QUE TENHO

Quando penso nas coisas que tenho, tento colocar um preço. Avaliar, medir o câmbio.
Quando penso nas coisas que perdi. Permiti-me perder, fico aborrecido, mas logo passa.
Já fiz muita contabilidade. Já ganhei um bom dinheiro. Já tive salário de dar inveja, e esse era o maior lucro. A inveja era desproporcionalmente maior que o salário de dar inveja.
Quando pe
nso nas coisas que perdi, não me aborreço. Esqueço. Foi auto doutrina esquecer as coisas das quais abri mão.
Tive emprego de gente bacana, gente fina. Fina estampa. Foto em capa de jornal e revista. Ganhei fama e me tornei refém do psicanalista. Hoje é um bom amigo com quem troco umas palavras e pensamentos eruditos a cada duas semanas. A cada duas semanas? Duas vezes por mês? Pois é, viram como estou melhor?
Quando penso nas coisas que tenho, hoje não faço cotação de mercado, nem tento avaliar os preços. Não estão à venda.
Quando penso nas coisas que tenho, me dou conta de que escolhi deixar de ser o executivo. As gravatas que não doei, enfeitam o guarda-roupa, para uma ou outra ocasião a cada dois anos, por aí.
Quando penso nas minhas escolhas e coisas que tenho, vejo que é muito melhor buscar ser feliz com o máximo do mínimo, do que ser o mínimo em ser o máximo. O máximo sempre será muito pouco para quem não aprecia o mínimo.
Isso não é desprezar, nem deixar de apreciar as boas coisas, as boas opções e escolhas, mas saber valorizar o que tem valor, e não matar a vida pelo que tem preço. Tudo que tem preço se desvaloriza, perde cotação nas bolsas de valores, fica ultrapassado ou é vendido mais barato por uma imitação de menor qualidade.
A vida que vivo hoje está um tanto longe da vida que eu já tive. Ainda bem! Porque hoje eu vivo a vida dos valores, dos amores pelos meus amores. Do trabalho pequenininho, mas pelo qual sou apaixonado. Tenho uma porção de amigos, muitos que nunca vi pessoalmente, mas aos quais dou o maior valor. Sinto um verdadeiro apreço vindo de todos os lados, por gente que até a pouco sequer sabia que eu existia, mas que agora, mesmo que um tantinho só, me valoriza, não tenta me comprar. Subornam-me apenas com o carinho, respeito e admiração, mesmo que nem sempre concordem comigo. Mas amigos são assim mesmo, às vezes têm que discordar, para melhorarem uns aos outros.
Quando penso nas coisas que tenho, de repente me dou conta: Sou milionário.

AINDA, FERNANDO ALBRECHT

Ainda o Fernando Albrecht.
Ontem, terça-feira, foi dia de minha reunião terapêutica com o Dr. Wolney. Ele já me qualificou como uma paciente sem especificação. Talvez, porque minhas esquisitices sejam tão bestas que nem cabe definição clínica ou porque sou um caso perdido. Nosso tempo é um mix erudito de conversas cujo tema oscila entre filosofia, arte, espiritualidade, dissecação da política cont
emporânea, e a newsletter do Fernando Albrecht que ele lê e comenta com seu impagável bom humor. Quer dizer: pagável! A consulta não é de graça.
Na nossa reunião de planejamento de ontem, ainda definimos o seguinte: Se a Dilma ou Lula continuarem no governo, um de nós dá um jeito de ganhar na Mega Sena e se muda para Barbados e contrata o outro para ser assessor para assuntos empíricos e análogos. Se não der para ir a Barbados, restará pôr as barbas de molho. Poderá ser molho madeira com alcaparras.
Lembro que na primeira vez que nos vimos, ao me cumprimentar a entrada do consultório, Dr. Wolney me olhou e profetizou: - Ah, Gilnei...acho que arrumei um Karma para mim!

As publicações do site www.fernandoalbrecht.com.br são imperdíveis. A quebra da safra de sagu é um tema de pauta referenciada para qualquer jornal, principalmente se o editor de economia for de outra freguesia e desconheça o dono do armazém. Paulo Motta relembrou e Fernando Albrecht debulhou: O anúncio nos classificados de ZH em meados de 1980 (acho que eu ainda estava por lá nesta época) - "Consul quer manter contato com jovens..." - leia, é de ferrar com a vida de um diplomata. Mas como dizia o velho Chico, meu avô lá em Bagé: - Prá guri manhoso e caborteiro, nada que uma sumanta de rebenque no baixe a crina, na sova. Vale muito conferir.

E PAULO MOTTA LANÇOU GABRIEL GARCIA MARQUEZ

O SUCESSO DE GABRIEL GARCIA MARQUEZ SÓ ACONTECEU GRAÇAS À PAULO MOTTA QUE O LANÇOU...DO OITAVO ANDAR DE UM PRÉDIO NA DUQUE.

A vida, para qualquer direção, é sempre um avanço e crescimento. Uns chamam de evolução, outros nem chamam, vem sozinho. Paulo Motta reúne (reúne nada, quem reúne são os aldeões) uma intempérie de crônicas viciadas. E quando ele tenta abandonar o vício, a crise de abstinência o torna ainda pior, no melhor sentido - essa teoria do verso inverso criei agora, sem ajuda de ninguém. Estou pegando o jeito - é quando ele volta com a fúria de titãs. Alguém assistiu isso em sessão dupla de matinê de domingo em algum cinema onde se ia para trocar gibis e comer mandolates? Pois é assim que acontece. Fica meia dúzia de horas no ostracismo e no orgia dos sonhos psicodélicos por conta da malfazeja pílula, depois volta sedento. Sonhar com autorama como desejo confesso e não conquistado, mas vingar-se da vida pilotando uma Ferrari. Jogar no videogame Atari, bêbado; hoje brincar no Netbook com conexão de internet wireless completamente drogado - Isso é evolução e progresso! Mas como dizia no início deste tréplica insana, se intimida em compor o livro do século XXI, o Best-Best-Seller, mas não temeu lançar um escritor menor e inaudito, que só começou a fazer sucesso com suas poesíbulas graças ao episódio canino e galináceo, ocorrido na Duque de Caxias com Jerônimo Coelho. Motta já era um visionário e nem sabia.

RECEITA DE PRETO-VELHO

Poizé misi fío. Brazí, suncê tá cum problema sério. No tempo que o véio era caçadô i príncipe lá na Angola, nóis era livre. Trusséro nóis amarrado nos navio dos branco, gente ruim, i fizero nóis discravo. Nem falá direito a gente sabe, i nem si lembra mais da nossa fala. Mas meu fío Brazí, du jeito que suncê tá, só o homi é qui pode te ajuda. Agora vóis mecê é qui é iscrav...o di cês mesmo. Tudo gente branca e gente nêga misturado. Iscravo agora todo mundo é, i num tem jeito di remenda. Não si remenda pano podre, sí queima ô joga fora...Rírírírírí...
Mas eu posso ti dá uma receitinha do véio, qui podi amenizá. Sí vai curá o véio num sabe, mas tem qui tenta. Escrivinha aí; A mô fío do jeito qui suncê tá só o homi é qui podi ti ajudá. Suncê compra uma garrafa di marafo, marafo qui vô dizê o nome. Meia-noite suncê leva na incruzilhada, distampa a garrafa i chama o hôme. Se guarda noturno vem chegando, suncê põe as mão nos borso i sai andando...Qui si aparece milico é que suncê chegô tardi na incruzilhada...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

E REINVENTAMOS A GUERRA FRIA.

Por Gilnei Lima, jornalista

Muitos têm acompanhado as recentes manchetes, reportagens e bobagens que agora ocupam quase todo o espaço da mídia, convidando a imprensa a destacar este jovem ‘salvador da pátria’. Como primeira pergunta, faço a seguinte: Salvar a pátria de quem? E por que este se lançou em desabalo suicida, cometendo crime de traição ao seu país?

Edward Snowden tornou-se, repentinamente, o maior herói das repúblicas bolivarianas, incluindo aí o neo bolivarianismo brasiliensis.

O fato de que o ex-agente da CIA, que era analista de informações, repentinamente ficou tão ‘enojado’ de seu país, porque ele realizava monitorias e espionagens sobre o Brasil. Ora vejam só! Temos aí um homem de valor, que a troco de coisa alguma, lançou-se nas chamas ardentes do inferno de Dante ou de Dan Brown, cada um que escolha seu preferido, para chamar a atenção do mundo para uma novidade tão exclusiva como ter uma caneta bic. Mas claro, após apropriar-se de documentos que comprovam que o Brasil era uma espécie de ‘canal’ de acesso à China e outros países herméticos, tais como os do Oriente Médio, foi buscar refúgio na China comunista, seguiu de lá para a comunista Rússia, que de boba não tem nada, e não pretende dar asilo político ao herói, principalmente porque não vai entrar em um embate com repercussões que podem ser desastrosos nos campos da diplomacia, da economia e, pôr em risco a sempre instável paz entre comunismo e capitalismo. Mas, é claro, sempre têm os valentes guerreiros imbecis da América Latina, assim, comandados pelo ofendidíssimo Brasil, que sobe em palanques para bradar por ‘soberania nacional’, sobre privacidade e respeito aos cidadãos brasileiros’. Enquanto isso as superpotências Bolívia e Venezuela, disputam a guarida do novo Nacional Kid. Talvez lutem entre si ou busquem os irmãos Castro como mediadores da contenda, afinal o Império contra-ataca, e Obama como é o Presidente vestido de sua armadura negra, é o perfeito Darth Veider. Enquanto a rainha brasileira fica ouriçada em dar declarações como se estivesse em um aquartelamento preparada para o combate, vociferando palavras de comando e ordens, incitando a nação contra o americanismo, que já abriga milhares de desinformados, mais uma fácil estratégia de massa de manobra, que se tornou habitué dos tempos atuais. Ganhando tempo, enquanto Obi Wan Ben Kenobi não resolve dar o ar de sua presença, afinal é o conselheiro-mor como mestre Jedi, os brasileiros entorpecidos pela oportuna bravataria, achou um novo responsável pelas mazelas do país – OS AMERICANOS. As vozes ensandecidas das ruas, contra a corrupção e contra o desrespeito aos brasileiros, acabaram de ser direcionadas a esbravejar seu repúdio ao novo alvo. A rainha tinha um coelhão na cartola. Agora, os exércitos das passeatas reclamarão do imperialismo e da invasão da privacidade (?), da desonra à soberania nacional (??) e, por aí se vai a multidão embalada na batida do samba do crioulo doido. Enquanto isso, a despeito do que queriam (mas já esqueceram) os brasileiros, que era a prisão imediata dos políticos corruptos condenados, pensavam em Joaquim Barbosa como o novo paladino, mas não demorou nadinha e já trataram de divulgar possíveis favorecimentos ao presidente do STJ e, com isso, ele de herói, passou a vilão tão rápido como chegou, e a rainha louca  manipula a classe médica impondo os médicos estrangeiros sem mais delongas – mandei e pronto – aumenta o período do curso de medicina de seis para oito anos, obrigando a todos os futuros médicos a serem escravos do governo por dois anos, exceto se o médico for cubano, aí o conhecimento em medicina está dispensado e, finalmente, meus sinceros parabéns ao povo brasileiro que tanto repudiou os anos 1960, que tanto aceitou ser subornado por cachos de banana e bolsas com espelhos e bijuterias brilhantes. Agora já falta quase nada para substituirmos o decadente “Ordem e Progresso” daquela bandeira verde e amarela, para que tenhamos um bandeira vermelha com uma estrela no centro. Será então, neste momento, que deixaremos de ser a República Federativa do Brasil, para sermos a República Popularesca Comunista do Brasil ou simplesmente RPCB, lembrando os falidos tempos da URSS.